Pensando no futuro: indústrias no Paraná mostram que inovar diversifica os negócios

Menos de 50 anos separam a pequena farmácia de manipulação em Curitiba até uma das maiores holdings do setor de cosméticos, perfumaria, beleza e higiene pessoal do Brasil. O Grupo Boticário é talvez o melhor – mas certamente não o único – exemplo de empresa paranaense que diversificou os negócios e deu um salto ao se antecipar a desafios futuros.

A Jornada Nacional de Inovação da Indústria está percorrendo todo o país para traçar desafios, propostas e cases de cada estado. Na quinta-feira (2), em Florianópolis, acontece o primeiro encontro regional do Sul, que vai reunir Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

A Agência de Notícias da Indústria está publicando, para cada unidade da federação, uma matéria contando um pouco mais sobre as empresas e as inovações. Já mostramos os cases do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Chegou o momento de falar sobre o ecossistema industrial e de inovação do Paraná.

Antes mesmo da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), o Grupo Boticário lançou, em 2006, o Botica Recicla, que se tornou o maior programa de logística reversa de embalagens de cosméticos do país. A empresa coleta não só embalagens das suas mais de 10 marcas, como de qualquer marca de cosmético, em suas 4 mil lojas físicas.

Assim como o Grupo Boticário, a Sanepar não limitou sua área de atuação e viu oportunidade onde, à primeira vista, só havia problemas. A empresa estatal de saneamento se tornou um ator importante no ecossistema de inovação do estado, assumindo posição de vanguarda no Brasil e no mundo, ao se juntar a startups. Entre as soluções inovadoras desenvolvidas está o fertilizante de lodo de esgoto.

No estado com forte vocação para os setores de agro, energia e transporte, tem ainda cooperativa produzindo biometano a partir de resíduos da produção agrícola de seus associados. Além de startups que também já estão no futuro. A Protium Dynamics, uma deep tech fundada em 2018, desenvolve soluções inovadoras personalizadas para eficiência energética e produção e aplicação do hidrogênio.

Já a Vetrii desenvolveu uma solução pioneira no Brasil, de tokenização de veículos e baterias, ou seja, um passaporte veicular digital baseado em blockchain, que assegura rastreabilidade, segurança e transparência em toda a jornada dos veículos e das baterias. Na Europa, por exemplo, a adoção do passaporte digital para baterias será obrigatória até 2027, e o Brasil já caminha na mesma direção.

Como se não bastasse, o Paraná atraiu empresas de peso, como Bosch e CNH, que remontam ao final do século XIX, hoje têm faturamento bilionário e empregam, juntas, cerca de 30 mil pessoas em várias unidades no país.

Conheça empresas e inovações do Paraná mapeadas na Jornada de Inovação da Indústria

Curitiba

Boticário

Com o programa Boti Recicla, que permite a troca de embalagens de qualquer marca por descontos e promoções, o grupo criou o maior programa de logística reversa de embalagens de cosméticos no país. Além disso, a empresa utiliza o material reciclado, incluindo o plástico de baixa reciclabilidade, para a fabricação de chapas sustentáveis que substituem o MDF no mobiliário de suas lojas.

Sanepar

Nos últimos anos, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) deixou de ser “apenas” uma prestadora de serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto sanitário no estado para desenvolver soluções tecnológicas. Com o programa de inovação aberta “Sanepar Startups”, criaram métodos de: secagem do lodo do esgoto com energia renovável, produção de fertilizante orgânico a partir do lodo, identificação de vazamentos em tempo real com sensores e satélites e melhoria da qualidade da água com nanobolhas. Entre as novidades, a companhia está avaliando a produção de hidrogênio renovável a partir do esgoto.

Protium Dynamics

Deep tech que está desenvolvendo eletrolisadores, células de combustível e soluções para redução consumo de diesel nos setores rodoviário, ferroviário, industrial e naval. O Ecotorque e o H2R são dois exemplos: o primeiro reduz o consumo de diesel no setor rodoviário e o segundo atende as indústrias de óleo, gás e naval – ambos com reduções de 3% a 7% nas emissões de carbono.

Bosch

A multinacional alemã oferta produtos e serviços em quatro grandes setores: mobilidade, tecnologia industrial, bens de consumo e energia/tecnologia predial. Está presente em mais de 60 países e, no Brasil, uma das principais fábricas fica em Curitiba. Em parceria com a Finep, desenvolve diversos projetos de inovação, como os de redes elétricas inteligentes (smart grids) e de descarbonização da cadeia automotiva, por meio do Mover.

CNH

Com um portfólio de marcas relevantes no mercado, como a Case IH, New Holland Agriculture, New Holland Construction e CASE Construction Equipment, a CNH fabrica máquinas e equipamentos para os setores agrícola, construção e manufatura, além de ter serviços financeiros, de suporte ao produto e capital. Nas fábricas do Brasil, sendo uma delas em Curitiba, eles têm o programa Data League, de capacitação para uso de dados, e a política de “aterro zero”, que é a eliminação completa do envio de resíduos para aterros sanitários.

Vetrii

A Vetrii transforma veículos e seus componentes, como as baterias, em ativos digitais rastreáveis em blockchain (tokens). Assim, eles passam a ter um passaporte digital inteligente, que armazena todo o histórico do ativo, desde a fabricação até o fim de vida.

Londrina

Atlas Schindler

No Brasil desde 1918, a Schindler virou sinônimo de elevador, mas as duas unidades fabris, em Londrina e São Paulo, também produzem e exportam para toda a América Latina escadas e esteiras rolantes. Além de avaliar o ciclo de vida dos produtos, a empresa tem como regra só lançar um novo produto se ele diminui o impacto ambiental de seu antecessor.

Tamarana Tecnologia

A empresa opera há quase três décadas na reciclagem de baterias automotivas e outros resíduos industriais que contenham chumbo-ácido. Hoje ocupam uma área de 300 mil metros quadrados em um município de 12 mil habitantes, próximo de Londrina.

MGL

Fundada em 1999, a MGL tem uma estrutura fabril de fundição e usinagem para produção de peças em ferro fundido, utilizadas no setor automotivo, de máquinas e equipamentos e agrícola.

Brid Soluções

Com o objetivo de potencializar o agronegócio por meio da automação e inteligência dos dados, a Brid oferece soluções para gestão de empresas do setor. Desenvolvem sistemas de analytics, Costumer Relationship Management (CRM), bigi data, data warehouse e business intelligence. Entre os clientes, está a gigante Syngenta.

Cascavel

Primato

Com foco em suínos e leite, a cooperativa agroindustrial diversificou os negócios ao longo de 27 anos e hoje atua também nos setores supermercadista, de restaurantes, farmácia, recebimento de grãos e posto de combustível. São mais de 10,8 mil cooperados que se beneficiam de projetos inovadores, como a produção de biometano a partir de resíduos orgânicos, como esterco de animais e resíduos da produção agrícola por meio de digestores anaeróbicos – um processo em que os resíduos são transformados em biogás e depois purificados para gerar biometano, usado na geração de energia.

Sismetro

A startup que surgiu em uma garagem hoje desenvolve tecnologias para hospitais, indústrias 4.0 e operações críticas, como softwares para gestão de ativos, manutenção, telemetria, IoT e esterilização, para clientes em todas as regiões do Brasil, além de atender empresas da América do Norte, Europa, África e Oriente Médio.

Foz do Iguaçu

Ecovetra

A deeptech desenvolveu tecnologia, em fase de patenteamento, que transforma vidro descartado em materiais 68% mais resistentes e 37,6% mais leves. Uma das destinações ao material é o concreto, que, com adição de vidro reciclado, se torna mais resistente e sustentável.

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