Pequeno produtor pode ter mesmas condições de grandes grupos, afirma presidente da Cooprosoja

A cooperativa dos produtores de soja de Mato Grosso (Cooprosoja) nasceu como uma das maiores do Brasil, desbancando cooperativas de regiões tradicionais, como as do Sul do país. Segundo o presidente da instituição, Fernando Cadore, a cooperativa visa “nivelar o jogo”, garantindo preços competitivos aos pequenos produtores.

A cooperativa nasceu há dois anos por iniciativa da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e seus associados. O objetivo inicial da cooperativa é formar pool de compras para que pequenos produtores rurais tenham as mesmas condições de grandes grupos para aquisição de máquinas e outros equipamentos agrícolas.

“Se for um cooperado da Cooprosoja, se colocar no regramento e estiver disposto a abrir mão da sua marca de preferência, não saber o preço praticado, ter confidencialidade, sem dúvida que ele está apto para fazer a aquisição da mesma forma que o megaprodutor”, disse Cadore, que pontuou que o desconto chega até 30%.

A instituição já conta com mais de 1,3 mil produtores rurais que cultivam mais de 2,5 milhões de hectares da oleaginosa, quase 20% de toda a área cultivada em Mato Grosso. Hoje, segundo Cadore, a Cooprosoja tem a maior capacidade de formação de volume para aquisição de máquinas do que qualquer outro grupo privado do agronegócio brasileiro.

“Para fazer sentido, nós tínhamos que ser o maior formador de volume de Mato Grosso. Nenhum grupo sozinho tem o poder de formação de volume que nós temos hoje. Nós precisamos chegar na fábrica com argumento, não pode chegar 100 e virar 20”, afirmou Cadore, destacando o regramento rígido, que impede os cooperados de “roer a corda”.

A entidade, segundo Cadore, tem potencial para influenciar o mercado, com uma grande transferência de market share de algumas marcas para outras, inclusive algumas prediletas de muitos agricultores no mundo. Segundo Cadore, do volume total de máquinas negociadas até o momento, 80% eram clientes de uma outra marca e passaram para a New Holland.

Ainda segundo Cadore, o produtor pode escolher a marca que quiser; porém, nos primeiros meses da cooperativa, algumas marcas sequer consideraram negócios com a cooperativa, o que tem levado produtores para a concorrência. O presidente da Cooprosoja também afirmou que não aceitará que grandes lotes sejam precificados como pequenos.

“O mercado precisa ter as particularidades dele no quesito volume e é totalmente compreensível, uma vez que 200 unidades vão ter uma condição diferenciada”, disse. Cadore pontuou, entretanto, que o contrário não será tolerado. “Nesse caso, vamos usar a nossa capilaridade para levar o produtor para onde tiver o melhor custo benefício”, completou.

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