Política industrial de longo prazo abre seminário da CNI no Festival Curicaca

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Como perenizar a política industrial no Brasil? Com essa pergunta, o Seminário sobre Políticas Industriais no Brasil e no Mundo, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), iniciou, nesta quarta-feira (8), as discussões sobre a importância do setor produtivo para o crescimento econômico e o desenvolvimento social e inclusivo do país.

O seminário é parte de uma estratégia de sensibilização sobre a importância da indústria para o crescimento econômico e o desenvolvimento social e inclusivo do país.

O superintendente de Política Industrial da CNI, Fabrício Silveira, explica que o objetivo do evento é ampliar o debate em busca da construção de uma política industrial perene e sustentável. “O que queremos com esse encontro é promover um intercâmbio de conhecimento com as experiências internacionais que demonstram que a perenidade e a consistência das estratégias industriais são essenciais à competitividade, à inovação e ao desenvolvimento sustentável”, destacou.

Nesta 2ª edição, o seminário integra a programação do Festival Curicaca 2025, organizado pela ABDI, que pretende receber 100 mil pessoas até dia 11 de outubro, em Brasília. A participação do Sistema Indústria segue até esta quinta-feira (9) com a realização do painel “Receitas de sucesso de políticas industriais no mundo”, no Palco Indústria-BNDES, às 16h.

Como assegurar uma política industrial de longo prazo

O primeiro painel do seminário trouxe para o debate o tema “Como assegurar uma política industrial de longo prazo”.

Para a diretora interina do Escritório da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL) no Brasil, Camila GramKow, não há prosperidade se não houver um setor industrial competitivo.

“Para uma política perene, é preciso uma gestão de transformações que seja mais inclusiva, tecnológica e inovadora”, completou.

Segundo ela, a participação do Estado é fundamental nesse trabalho com governança; diálogo social para pactos que transcendam governos; coalizões para suporte a políticas públicas em momentos de transição; além de medidas com capacidades técnicas, operativas, políticas e prospectivas.

Falta de visão é entrave para investimentos em ações sustentáveis

O deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) disse que a falta de visão sobre o desenvolvimento da indústria é um dos principais entraves aos investimentos em ações sustentáveis.

O ex-secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), afirmou que o Brasil possui grandes capacidades de biodiversidade, científica e tecnológica, mas não possui planejamento a longo prazo para que os setores produtivos possam se adaptar e crescer frente as mudanças climáticas e geopolíticas mundiais.

“A Nova Indústria Brasil (NIB) é um grande resultado da retomada do crescimento da indústria no país, mas precisamos de uma visão de futuro e nós não temos segurança jurídica para a instituição de uma política industrial de Estado”, explicou.

Além disso, Rollemberg destacou a necessidade do investimento em educação e capacitação tecnológica para o desenvolvimento da indústria no país. “Fomentar a capacitação tecnológica para as novas economias e novas inovações também é importante. E os nossos jovens fazem parte desse projeto. Precisamos dar recursos e oportunidades para que eles trilhem o caminho do conhecimento”, concluiu.

Sobre a importância de investimento em capital humano, o diretor de Relações Institucionais da Embraer, Felipe Feliciano, ratificou a necessidade do Brasil em reter talentos para escalar tecnologia e garantir competitividade no mercado mundial de inovação.

“Para investir em profissionais qualificados, as políticas industriais precisam transcender governos, investir em capital humano, desenvolver habilidades e competências. Assim, é possível criar uma indústria competitiva e qualificada. Hoje, a Embraer não produz apenas aeronaves, nós geramos conhecimento”, ressaltou.

O diretor do Departamento de Desenvolvimento da Indústria de Bens de Consumo Não Duráveis e Semiduráveis do MDIC, Rafael Codeço, afirmou que perenizar a política industrial também integra as discussões do governo federal. Codeço ratificou que a própria NIB tem uma expectativa de 10 anos para apresentar os primeiros resultados, ou seja, ela vai perpassar por dois governos até a sua avaliação de impacto. “Trabalhamos para que os futuros engenheiros encontrem futuros empregos. Que eles fiquem no Brasil, que possamos reter esses talentos. Temos a plena convicção que a indústria transforma a vida das pessoas”, enfatizou.

“Tornar a política industrial uma política de Estado é um debate que permanece sendo um desafio há décadas. Quando revisitamos a história do país, sabemos que a política industrial é instável. Ela ainda não conseguiu ser consolidada como uma política de Estado, como aconteceu com o agronegócio. Portanto, essa discussão é muito sensível e continua sendo imprescindível ao setor produtivo”, destacou o presidente da ABDI, Ricardo Capelli, moderador do painel.

Mulheres discutem comércio internacional, tecnologia e redes de cooperação em Brasília

Empresárias e lideranças do setor produtivo participaram do 11º Encontro da Convergência Empresarial de Mulheres do Mercosul (CEMM), que aconteceu durante a programação do Festival Curicaca. O fórum promove debates sobre integração econômica, sustentabilidade e inovação, com a participação de representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em painéis voltados ao fortalecimento da presença feminina na economia regional.

A Convergência Empresarial de Mulheres do Mercosul atua como espaço de articulação de empresárias e executivas do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, com foco na competitividade e na integração entre as economias do bloco.

Rosilda Prates, Presidente pro tempore da seção brasileira da Convergência Empresarial de Mulheres do Mercosul, juntamente com as presidentes das seções argentina, paraguaia, e uruguaia, respectivamente, Liliana Castro, Carina Daher e Virginia San Martin conduziram a abertura do encontro nesta quarta-feira (8).

De acordo a gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri, a integração regional precisa incorporar uma visão de diversidade e inovação. “As mulheres já estão no centro da transformação industrial e devem ser parte ativa das novas oportunidades geradas pelos acordos internacionais”, afirmou.

Também integraram o debate Luciana Martins, diretora de Relações Institucionais da Confederação Nacional do Comércio (CNC); Patricia González, representante da União Industrial Argentina (UIA); e María del Carmen Benítez, da Câmara de Empresárias do Paraguai. Com a mediação de Lilian Schiavo, Diretora Executiva Convergência Empresarial de Mulheres do Brasil, as discussões ainda contaram com Laura Velasquez, Coordenadora Executiva da Convergência Empresarial de Mulheres do Mercosul; Daniela Ferreira de Matos, Secretária Adjunta da Secretaria de Comércio Exterior do MDIC; e do de Guillermo Daniel Raimondi, Embaixador da Argentina no Brasil.

Mulheres na consolidação de políticas econômicas regionais

A coordenadora do Fórum Nacional da Mulher Empresária da CNI, Danusa Costa Lima, reforçou a importância das redes de cooperação feminina para o fortalecimento das economias regionais. “O fortalecimento das redes empresariais de mulheres é um caminho concreto para ampliar a participação feminina em posições estratégicas e acelerar a integração produtiva no Mercosul”, destacou. Danusa participou do painel sobre tecnologia e capacitação para o impulsionamento feminino globalmente.

Para a discussão, juntamente com as presidentes das seções argentina e paraguaia, contribuíram Lilian Melo Barreto, Gerente Executiva do Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação da Petrobras – CENPES (Petrobras); e Glória Guimarães, Presidente Executiva da Associação Brasil Digital 30+.

No painel sobre o papel das mulheres no desenvolvimento de práticas sustentáveis, Tatiana Farah, gerente de Promoção Comercial da CNI, destacou a importância das adaptações para o futuro da indústria. “A sustentabilidade é um eixo de competitividade. Quando lideradas por mulheres, essas transformações ganham ainda mais alcance, porque trazem uma visão integrada entre eficiência econômica e responsabilidade social”, observou Tatiana.

Ela mediou os debates juntamente com Paulina Providas, Diretora de Diplomacia Corporativa da Convergência Empresarial de Mulheres do Brasil, entre os expositores Anabela Aldaz, Vice-Presidente da Câmara de Comércio e Serviços do Uruguai; Clarice Mosele, Gerente de Relações Governamentais da Siemens Healthineers; Regina Cavalcante, Gerente de Inovação do BRB; Giuliana Franco, Gerente de Relações Governamentais da Natura; a Embaixadora Liliam Moura, Diretora do Departamento do Clima do MRE; Julia Cortez da Cunha Cruz, Secretária de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC; e Claudio Providas, Representante-residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

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