Projetos de hidrogênio verde no Brasil somam mais de R$100bi em investimentos

Os investimentos previstos para projetos de hidrogênio verde com decisão final de investimento (FID) entre 2026 e 2029 somam mais de R$100 bilhões (US$18.3bi), segundo dados compartilhados pela Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (ABHIV) com a BNamericas.

Juntos, os empreendimentos – todos de associados da ABHIV – totalizam cerca de 10GW de capacidade de eletrólise.

A lista é a seguinte:

– Empreendedor: Atlas Agro (FID em 2026)

Local: Uberaba, Minas Gerais

Empregos: 2.000 (construção)

Investimento: R$6bi

Produto: Fertilizantes nitrogenados

Capacidade de eletrólise: 300MW

Produção por ano: 530 mil toneladas

– Empreendedor: Casa dos Ventos (FID em 2026)

Local: Complexo do Pecém, Ceará

Empregos: 4.600 (construção)

Investimento: R$12bi

Produto: Amônia verde

Capacidade de eletrólise: 1,2GW

Produção por ano: 900 mil toneladas

Investimento em energia renovável: R$13bi

– Empreendedor: European Energy (FID em 2026)

Local: Porto de Suape, Pernambuco

Empregos: 300 (construção)

Investimento: R$2bi

Produto: Metanol

Capacidade de eletrólise: 150MW

Produção por ano: 100 mil toneladas

– Empreendedor: Fortescue (FID em 2026)

Local: Complexo do Pecém, Ceará

Empregos: 8.920 (construção)

Investimento: R$18bi

Produto: Hidrogênio verde

Capacidade de eletrólise: 1,2GW

Produção por ano: 170 mil toneladas

Início da operação: 2º semestre de 2029

– Empreendedor: FRV (FID em 2026)

Local: Complexo do Pecém, Ceará

Empregos: 3.000 (construção)

Investimento: R$6bi

Produto: Amônia verde

Capacidade de eletrólise: 500MW

Produção por ano: 400 mil toneladas

Início da operação: 1ª fase – 2º semestre de 2029

– Empreendedor: Qair (FID em 2026)

Local: Complexo do Pecém, Ceará

Empregos: 5.700 (construção)

Investimento: R$17,7bi

Projetos: Fraternité e Liberté

Produtos: Hidrogênio, amônia e oxigênio

Capacidade de eletrólise: 2,52GW

Produção por ano: Liberté – 1.680 mil toneladas de amônia verde, 296 mil toneladas de hidrogênio verde e 2.353 mil toneladas de oxigênio. Fraternité – 252 mil toneladas de oxigênio.

Início da operação: Fraternité – 2028; Liberté – 2030, de forma escalonada até 2036

– Empreendedor: Voltalia (FID em 2026)

Local: Complexo do Pecém, Ceará

Empregos: 1.400 (construção)

Investimento: R$2,7bi

Produto: Amônia verde

Capacidade de eletrólise: 280MW

Produção por ano: 250 mil toneladas

– Empreendedor: Acciona/Nordex (FID em 2027)

Local: Macau, Pendências e Guamaré, Rio Grande do Norte

Empregos: 4.640 (construção)

Investimento: R$11bi

Produto: Amônia verde

Capacidade de eletrólise: 500MW

Produção por ano: 430 mil toneladas

Início da operação: 2031

– Empreendedor: EDF (FID em 2027)

Local: Bahia

Empregos: 1.000 (construção)

Produto: E-metanol

Capacidade de eletrólise: 170MW

Fase atual: Início dos estudos de engenharia conceitual e estudos elétricos.

– Empreendedor: Qair (FID em 2027)

Local: Porto de Suape, Pernambuco

Empregos: 5.000 (construção)

Investimento: R$15,71bi

Produtos: Hidrogênio, amônia e oxigênio

Capacidade de eletrólise: 2,24GW

Produção por ano: 1.680 mil toneladas de amônia verde, 296 mil toneladas de hidrogênio verde e 2.353 mil toneladas de oxigênio

Início da operação: 2030 (de forma escalonada até 2036)

Projeto: Suape

– Empreendedor: EDF (FID em 2028)

Local: Porto do Pecém, Ceará

Empregos: 580 (construção)

Produto: E-combustíveis

Capacidade de eletrólise: 200MW

Fase atual: MOU e pré-contrato de arrendamento assinados com o Porto de Pecém; estudo de engenharia conceitual finalizado e início dos estudos elétricos.

– Empreendedor: FRV (FID em 2029)

Local: Porto de Pecém, Ceará

Empregos: 5.000 (construção)

Investimento: R$18bi

Produto: Amônia

Capacidade de eletrólise: 1,5GW

Produção por ano: 1.200 mil toneladas

Início da operação: 2ª fase – 2032

Perspectivas

As restrições de acesso à rede básica de eletricidade e os casos de curtailment no Brasil ainda não têm reflexos nos projetos de hidrogênio verde, segundo a diretora da ABHIV, Fernanda Delgado.

“Todos seguem fazendo suas contas, buscando financiamento e offtakers para tomar sua decisão final de investimento no próximo ano”, disse à BNamericas.

A favor dos empreendimentos está o fato de que o país tem uma sobra estrutural de energia – sobretudo renovável – que pode ser absorvida por plantas de hidrogênio, amônia e metanol de baixo carbono.

Delgado destacou que as autoridades do setor elétrico estão trabalhando para estabilizar o sistema, com novos leilões de transmissão programados, incluindo a instalação de compensadores síncronos.

Ela acrescentou que, durante a COP-30, o governo deve publicar o decreto que regulamenta os incentivos do Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC), que prevê um crédito fiscal de R$18,3bi entre 2028 e 2032 para quem produzir, comercializar e consumir hidrogênio, amônia e metanol verdes.

“Esperamos um processo concorrencial bastante expressivo por esses 18 bilhões”, disse Delgado.

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