
Enquanto o mercado argentino viu seus custos em dólar dispararem, no Brasil, o setor também enfrenta aumentos constantes, medidos principalmente pelo INCC.
INCC-M (Índice Geral de Custo): Em setembro de 2025 (dado mais recente encontrado), o INCC-M da FGV acumulou uma alta de 7,07% nos últimos 12 meses, refletindo o encarecimento de materiais e mão de obra.
O principal referencial de custo por metro quadrado (m²) no país é o Custo Unitário Básico (CUB/m²), calculado pelos Sindicatos da Indústria da Construção Civil (Sinduscons) de cada estado, sob coordenação da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Como os valores variam significativamente por região e padrão construtivo, as estimativas atuais (em Reais, R$) no mercado brasileiro são:
Atenção: Os valores acima são estimativas para a obra em si (estrutura e acabamentos) e não incluem custos com terreno, projetos, licenciamentos, impostos e BDI (Benefícios e Despesas Indiretas).
Distribuição do custo e inflação
O INCC segmenta a variação de custos em três grandes grupos, que também têm refletido as pressões inflacionárias recentes:
Materiais: Geralmente, são o componente com maior peso na alta do índice.
Mão de Obra: Sofre influência direta dos acordos sindicais, como os negociados pela UACRA (União dos Trabalhadores na Construção Civil) no Brasil (analógico à UOCRA argentina).
Gastos Gerais: Inclui custos administrativos, aluguel de equipamentos e outras despesas indiretas.
Em setembro de 2025, o INCC-M registrou os seguintes aumentos:
Acumulado em 12 meses: 6,58%
Composição: Os materiais continuam sendo o principal vetor de alta, juntamente com os reajustes salariais da mão de obra.
Mercado de imóveis usados e na planta
No mercado brasileiro, a comparação entre o custo de construir e o preço de venda de imóveis prontos é uma métrica fundamental:
Imóveis Usados: A evolução de preços é mais lenta, especialmente em áreas com grande estoque de apartamentos ou casas antigas. O preço do m² de imóveis usados em grandes capitais geralmente se mantém competitivo, exercendo uma pressão de baixa sobre a velocidade de ajuste de preços dos usados.
Imóveis na Planta (Lançamentos): Semelhante ao que ocorre na Argentina com os imóveis “em pozo” (na planta), no Brasil, os lançamentos e empreendimentos em construção tendem a registrar os maiores aumentos interanuais de preço. Isso reflete a correção do custo de construção atualizado e o potencial de valorização esperado até a entrega.
Em resumo, o segmento de imóveis usados frequentemente representa a melhor oportunidade de compra imediata, enquanto os empreendimentos na planta oferecem o maior potencial de ganho de capital até a conclusão da obra, ajustando seus valores de venda de forma mais agressiva à inflação da construção (INCC).