Renováveis respondem por apenas 20% dos investimentos em inovação do setor energético no Brasil

Os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e demonstração (PD&D) no setor de energia no Brasil atingiram R$ 7,6 bilhões em 2024, o maior volume já registrado. O montante representa um crescimento de cerca de 33% em relação ao ano anterior, impulsionado principalmente por recursos públicos.

Apesar do avanço, apenas 20% do total aplicado foi destinado a tecnologias renováveis e de baixa emissão, incluindo soluções transversais. A maior parte dos investimentos ainda se concentra em projetos ligados a combustíveis fósseis, o que evidencia o desafio de direcionar a inovação para a transição energética.

Biocombustíveis em destaque

Entre as fontes renováveis, os biocombustíveis lideram o volume de investimentos, com aumento de 67% em comparação a 2023 e um total de R$ 411 milhões aplicados em 2024. O setor foi beneficiado por chamadas públicas voltadas ao etanol de segunda geração e aos combustíveis sustentáveis de aviação.

Outras fontes renováveis receberam aportes menores: eólica (R$ 169 milhões), solar (R$ 94 milhões) e hídrica (R$ 64 milhões).

Avanço do hidrogênio e do armazenamento

As tecnologias de hidrogênio e células a combustível ganharam destaque, com investimentos que cresceram mais de dez vezes entre 2019 e 2024, alcançando R$ 304 milhões. Também se destacam as iniciativas de captura, uso e armazenamento de carbono (CCUS), que somaram R$ 209 milhões, um aumento de 91% em relação ao ano anterior.

As áreas de eficiência energética e armazenamento de energia também vêm recebendo atenção crescente, com aportes de R$ 196 milhões e R$ 64 milhões, respectivamente.

Predomínio dos fósseis

Mesmo com o crescimento nas fontes renováveis, os combustíveis fósseis continuam dominando o cenário de inovação energética no país. Em 2024, cerca de 80% dos recursos investidos em PD&D ainda foram direcionados a projetos relacionados ao petróleo e ao gás natural.

Especialistas apontam que, para que o Brasil cumpra suas metas de descarbonização e avance rumo a uma economia de baixo carbono, será necessário redirecionar uma parcela maior dos investimentos em inovação para as fontes limpas, sem comprometer a segurança e a estabilidade do sistema energético nacional.

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