Retrofit: o que é e por que Curitiba entrou de vez nessa tendência?

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Com cada vez menos terrenos disponíveis no centro de Curitiba e com a construção civil enfrentando custos mais altos, uma solução tem ganhado força no mercado imobiliário: o retrofit.

Na prática, retrofit significa dar vida nova a prédios antigos, mantendo a estrutura original, mas atualizando tudo o que for necessário para que o imóvel se torne moderno, seguro, sustentável e adequado às demandas atuais. É diferente de uma reforma comum: trata-se de uma requalificação completa, capaz de transformar edifícios obsoletos em novos espaços de moradia, trabalho, serviços e cultura.

E esse movimento já apresenta resultados concretos. Só no primeiro trimestre de 2025, a Região Sul registrou um crescimento de 14% no valor geral de vendas de imóveis retrofitados em comparação com 2023, movimentando mais de R$ 23 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC).

Curitiba acompanha essa tendência, impulsionada pelo interesse crescente em revitalizar áreas centrais e tornar o uso do solo mais eficiente.

Mas não basta vontade do mercado. O sucesso de um retrofit depende diretamente da legislação urbana. A advogada Patrícia Valdivieso Hessel, da VK Advogados, explica que cada projeto exige uma análise minuciosa do zoneamento, da regularidade do imóvel e da compatibilidade com o uso pretendido.

“Antes de começar, é fundamental verificar se o novo uso respeita as regras municipais. O retrofit não tem uma definição específica na legislação federal, então a segurança jurídica depende muito do Plano Diretor, da Lei de Zoneamento e do Código de Obras”, afirma.

Essa falta de tipificação clara exige ainda mais cuidado dos investidores e incorporadores. É preciso avaliar riscos, contrapartidas que podem ser exigidas pelo poder público, ajustes estruturais e as normas urbanísticas aplicáveis.

Apesar dos desafios, o retrofit se mostra uma alternativa muito mais sustentável ao modelo tradicional de construir do zero — o chamado “greenfield”. Além de reduzir o tempo de licenciamento, aproveita estruturas já existentes e minimiza o impacto ambiental, algo cada vez mais valorizado em cidades grandes.

Para Patrícia, Curitiba tem condições ideais para consolidar essa virada. “A cidade tem tradição em planejamento urbano. O retrofit pode abrir um novo ciclo de vitalidade, preservando o passado, mas projetando um futuro mais sustentável e integrado.”

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