O Seminário Conexões Transnordestina – A Ferrovia que Mudará Pernambuco acontece no próximo dia 25 de setembro, no Hotel Lacazzona, em Belo Jardim, a partir das 9h. Promovido pelo Movimento Econômico, com patrocínio da Sudene, o evento terá como foco o impacto que a construção do trecho Salgueiro-Suape da ferrovia terá naquela cidade e região, apresentando informações de especialistas, empresários e técnicos que acompanham o assunto. A expectativa é de que o governo federal lance o edital das obras em outubro próximo.
Vão participar do debate o superintendente da Sudene, Francisco Alexandre; o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti; o diretor de Metalurgia, Compras e Sustentabilidade da Baterias Moura, Flávio Bruno; o vice-presidente da Avipe e presidente do Instituto Ovos Brasil, Edival Veras; e um dos maiores especialistas de tranporte em Pernambuco, o engenheiro Maurício Pina, membro das academias nacional e pernambucana de engenharia.
“No traçado original, a ferrovia passava por dentro da cidade de Belo Jardim. Hoje, não pode mais passar por dentro, mas pelo que foi divulgado os trilhos vão passar a 16 km do centro de Belo Jardim. Isso vai exigir um transporte rodoviário, que tem custo alto ou fazer um ramal que ligue a empresa à ferrovia”, afirma Maurício Pina.
As obras da Ferrovia Transnordestina começaram em 2006 e o projeto original era antigo e, por isso, passava pela área central de Belo Jardim. Atualmente, a empresa Infra S.A., do governo federal, está fazendo os estudos do projeto básico e executivo de alguns trechos da ferrovia Salgueiro-Suape.
Maurício Pina também argumenta que a Baterias Moura acrescentaria uma carga expressiva a ferrovia estimada em um trem com 50 vagões a cada dois dias. “Também seria bom para o Porto de Suape ter esta movimentação a mais”, comenta o engenheiro.
O trecho Salgueiro-Suape também teria impacto no transporte de grãos para o setor avícola espalhado por todo o Agreste pernambucano, incluindo as imediações de Belo Jardim. No evento, este assunto será abordado por Edival Veras. A ferrovia poderia reduzir em 30% o preço do frete do milho, usado como ração para as galinhas. Geralmente, o setor traz o grão, de caminhão, numa distância média de 1.200 km.
A implantação do trecho Salgueiro-Suape vai deixar Pernambuco e estados vizinhos com a logística mais competitiva, permitindo um maior crescimento das atividades já existentes, como a avicultura, polo gesseiro, entre outros, além de contribuir para a atração de novos negócios.
Segundo o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti, ”o trecho pernambucano da Transnordestina conectará Suape, o principal porto do Nordeste e o de maior potencial de crescimento do país, com novas fronteiras de produção. Construir a ferrovia completa é importante para Pernambuco e imprescindível para o Brasil.”
No traçado original, a Transnordestina começa na cidade de Eliseu Martins, no Piauí, seguia até a cidade de Salgueiro, se dividindo depois em dois ramais: o Salgueiro-Suape e o Missão Velha-Pecém, ambos no Ceará. O trecho cearense teve suas obras retomadas em 2023 e a parte pernambucana está com as obras paralisadas, pelo menos, desde 2016.
Conexões Transnordestina: do Sertão ao Grande Recife
Com o objetivo de fazer também uma escuta local sobre o impacto da ferrovia Salgueiro-Suape, o seminário Conexões Transnordestina será realizado do Sertão à Região Metropolitana do Recife. O primeiro encontro ocorreu em Salgueiro, no Sertão Central de Pernambuco, em julho.
Quando o trecho pernambucano sair do papel, Salgueiro pode se tornar um pólo concentrador e distribuidor de cargas naquela região já que também passam pelo município duas BRs: a 232 e a 316.
Em agosto último, foram realizados dois seminários nas cidades de Araripina e Petrolina, que também podem vão ser impactadas diretamente pelo trecho pernambucano da ferrovia.
Belo Jardim será a quarta cidade a receber o evento. As próximas edições serão em São Bento do Una – em outubro – , Caruaru e Recife, ambos em novembro.
Também patrocinam o evento o Governo de Pernambuco, o Porto de Suape e Baterias Moura. O seminário é gratuito e as inscrições podem ser feitas pelo Sympla.