Sensor da NASA decola em busca de minerais críticos

Imagem da notícia

Espectrômetro em busca de minerais

Acomodado na fuselagem dianteira de um avião de pesquisa de alta altitude da NASA, um novo sensor começou a ser utilizado para ajudar a mapear rochas que contêm lítio e outros minerais essenciais na superfície da Terra.

Em colaboração com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), os voos fazem parte da maior campanha aérea desse tipo na história do país, procurando minerais raros usando observações feitas a cerca de 18.000 metros de altitude.

Com aproximadamente o tamanho de um forno de micro-ondas, o sensor, chamado AVIRIS-5, detecta as “impressões digitais” espectrais de minerais e outros compostos químicos analisando a luz solar refletida pelas rochas.

Isto é possível porque todos os tipos de moléculas, desde elementos de terras raras até pigmentos de flores, possuem estruturas químicas únicas, que absorvem e refletem diferentes comprimentos de onda da luz. Esta técnica é chamada espectrometria, e AVIRIS é a sigla em inglês para “espectrômetro de imagem visível/infravermelha aerotransportado”.

Silício negro

A NASA fabrica espectrômetros desde os anos 1970, já os tendo enviado a praticamente todos os corpos celestes que visitamos, a bordo tanto de sondas espaciais orbitais quanto de robôs.

Embora os espectrômetros de imagem variem dependendo de sua missão, eles têm certos componentes em comum, incluindo espelhos, conjuntos de detectores e grades de feixe de elétrons, projetados para capturar a luz refletida por uma superfície e, em seguida, separá-la em suas cores constituintes, como um prisma – este é o espectro, que dá nome ao aparelho.

O AVIRIS-5 incorpora algumas tecnologias e materiais de última geração, como o silício negro, uma das substâncias mais escuras já fabricadas, para melhorar o desempenho. Sob um microscópio potente, o silício negro parece uma floresta de agulhas pontiagudas, escavadas por lasers ou produtos químicos. São essas nanoestruturas que impedem que a luz difusa interfira com a análise.

As técnicas ópticas utilizadas têm evoluído continuamente desde que o primeiro instrumento AVIRIS alçou voo, em 1986. Quatro gerações desses sensores já entraram em operação, analisando erupções vulcânicas, plantações afetadas por doenças e incêndios florestais, entre muitas outras aplicações.

Este modelo mais recente, o AVIRIS-5, apresenta uma resolução espacial duas vezes maior que a de seu antecessor, o que lhe permitirá analisar áreas que variam de menos de 30 centímetros a cerca de 10 metros.

Ocorrências de lítio

Os testes do equipamento incluíram mais de 200 horas de voos em alta altitude sobre Nevada, Califórnia e outros estados do oeste norte-americano.

Isso permitiu que ele fosse incorporado de vez em um avião ER-2 da NASA, representando o componente aéreo de uma iniciativa do USGS chamada “Iniciativa de Recursos de Mapeamento da Terra” (Earth MRI), que visa modernizar o mapeamento da superfície e do subsolo.

O projeto está inicialmente centrado no oeste dos EUA, onde grandes extensões secas e sem árvores são muito adequadas para a espectroscopia mineral.

Uma descoberta inicial revelou uma argila rica em lítio, chamada hectorita, identificada nos rejeitos de uma mina abandonada na Califórnia, entre outros locais. O lítio é um dos cerca de 50 minerais com risco de interrupção na cadeia de suprimentos que o USGS está focando.

“Minerais críticos são apenas o começo para o AVIRIS-5. A variedade de questões que podemos abordar com essa tecnologia é realmente empolgante, desde o gerenciamento de terras até os recursos hídricos da neve acumulada e o risco de incêndios florestais,” disse Dana Chadwick, geóloga da NASA.

Compartilhe esse artigo

Açogiga Indústrias Mecânicas

A AÇOGIGA é referência no setor metalmecânico, reconhecida por sua estrutura robusta e pela versatilidade de suas operações.
Últimas Notícias