Recém-empossado como presidente do Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento de Minas Gerais (Siprocimg), Ragheb Hamade Filho, diz que, apesar da alta taxa de juros Selic, atualmente em 15%, o setor deve crescer em 2026. Segundo ele, o alto custo do crédito é compensado pela forte demanda e por medidas do governo para tentar reduzir o déficit habitacional em programas como o Minha Casa Minha Vida e Reforma Brasil, que possibilitam financiamentos longos com juros reduzidos.
“A gente teve a aprovação de uma nova lei (Reforma Brasil) que facilita reformas e pequenas reformas. Ela vai impactar e melhorar ainda mais o setor. Toda lei que venha para incentivar e fomentar a construção civil é bem vinda”, diz. A declaração foi feita durante entrevista do dirigente sindical para o Café com Política, disponível no canal de O TEMPO no YouTube.
O dirigente destaca que, mesmo em situações econômicas adversas, o setor tem muito potencial para crescer, porque a demanda no país é crescente. “Nosso déficit habitacional é muito grande e nós temos uma demanda por casa própria e por infraestrutura muito grande. Nós ainda precisamos de tudo. Muita coisa ainda tem de ser feita no Brasil. Não é como na Europa ou nos Estados Unidos em que a maioria das coisas já está pronta. Aqui, falta muito para fazer”, diz.
Hamede explica ainda que a escassez de mão de obra e a falta de profissionais qualificados têm levado construtoras a migrar para soluções prontas de fábrica, que reduzem custos, aumentam a velocidade das obras e melhoram o controle ambiental ao diminuir resíduos. Ele também destaca o avanço do uso de resíduos e rejeitos da mineração como insumos, resultado direto em tecnologia dentro da indústria.