Setor de máquinas agrícolas deve crescer 3,4% em 2026, projeta Abimaq

Uma pesquisa de mercado realizada pela Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Abimaq com fabricantes de máquinas e equipamentos aponta um crescimento de 3,4% para o setor em 2026. O resultado da pesquisa foi revelado pelo presidente da CSMIA, Pedro Estevão Bastos de Oliveira, durante o Seminário de Planejamento Estratégico Empresarial, na última quinta-feira (3), em São Paulo.

Pedro Estevão destacou o impacto dos juros elevados e das instabilidades externas sobre as perspectivas do próximo ano. “Um crescimento bastante modesto, reflexo do que os fabricantes estão observando no mercado, especialmente com o tarifaço e os juros altos”, afirmou o dirigente.

Além das projeções de mercado, o seminário abordou temas estratégicos para a indústria, como inteligência artificial, novos modelos de financiamento e cenários macroeconômicos que afetam o agronegócio e a cadeia de máquinas e implementos.

Inovação e inteligência artificial

A palestra de abertura foi conduzida por Gustavo Melles, sócio da StartWE Inovação e Comunicação, com o tema “Pense com a IA e acelere seus processos e lucros”. O especialista destacou que a inteligência artificial deve ser vista como inteligência ampliada, uma aliada que potencializa a performance dos profissionais e acelera a inovação dentro das empresas.

Mercado e financiamento do setor

No painel seguinte, Pedro Estevão apresentou dados atualizados do desempenho da indústria. O faturamento em 2024 atingiu R$ 62 bilhões, com previsão de crescimento de 10% em 2025, chegando a R$ 68 bilhões. Ele alertou, porém, para a baixa reposição de máquinas nos últimos dois anos, o que pode gerar uma forte demanda futura.

Na área de crédito, o presidente da CSMIA destacou que metade das vendas de máquinas na safra 2024/25 contou com financiamento, mas apenas 36% tiveram juros equalizados, índice bem inferior aos 60% registrados em anos anteriores.

O advogado Marcelo Winter, da VBSO Advogados, reforçou o papel crescente do mercado de capitais no financiamento do agronegócio. Ele apontou que instrumentos como CPR, CRA, LCA e FIAGRO cresceram 315% entre 2022 e 2024, tornando-se alternativas viáveis para reduzir a dependência de crédito subsidiado.

“Transparência, governança e profissionalização são fundamentais para que as empresas tenham acesso a esses recursos”, afirmou.

Cenário macroeconômico e desafios globais

O economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato, analisou os impactos da instabilidade nos Estados Unidos, a relação comercial com a China e os riscos climáticos do fenômeno La Niña. Segundo ele, o agronegócio deve continuar sendo motor de renda no Brasil em 2026, com geração estimada em R$ 1,6 trilhão.

O painel contou ainda com as participações de José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, e João Carlos Marchesan, primeiro vice-presidente do Conselho de Administração da entidade, que destacaram a preocupação do setor com o custo de financiamento e os impactos das tarifas norte-americanas sobre as exportações brasileiras.

Perspectivas da agropecuária

No encerramento, o analista Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócio, destacou as tendências que devem moldar o futuro do setor, como a expansão dos biocombustíveis, a recuperação de pastagens degradadas e os gargalos logísticos que ainda limitam a competitividade brasileira. Ele também alertou para a dependência de fertilizantes importados, que atinge 90% do consumo nacional.

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