
A Sistac, empresa líder no País no setor de inspeção, manutenção e reparos de estruturas submersas para a indústria de óleo e gás (plataformas e navios), há 30 anos no mercado, reformulou sua diretoria. E, conforme disse ao Estadão/Broadcast o presidente da empresa, Carlos Madaleno, está pronta para novos desafios, que podem incluir a Margem Equatorial brasileira, se o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) conceder a licença de exploração à Petrobras.
Ao lado do novo diretor comercial, Ricardo de Luca, Madaleno projeta triplicar a receita até 2030, alcançando R$ 700 milhões, mesmo sem contar com a Margem Equatorial, nova fronteira que pode fazer o faturamento da companhia ultrapassar R$ 1 bilhão.
Já com a nova formação, a Sistac conseguiu, em 2024, ampliar em 40% seu Ebitda, termômetro da capacidade de geração de caixa de uma companhia, e lançou um plano de negócios para os próximos cinco anos. Além do diretor comercial, a diretoria recebeu recentemente Andrea Azeredo, nova diretora financeira, e conta ainda com o diretor de operações, Augusto Brito.
“No ano passado, a gente atuou em duas frentes, tanto no aumento de receita como no aumento de eficiência, e tivemos esse crescimento no Ebitda. A gente espera alcançar um crescimento bem robusto em cinco anos, e a forma como a gente quer alcançar esse investimento é através de fortalecimento das parcerias que a gente já tem hoje”, explicou Madaleno.
Entre as principais parcerias, o executivo destaca a norueguesa DOF, que atua ao lado da Sistac no Brasil há sete anos no segmento de mergulho e cujo contrato foi renovado em 2025 por mais três anos.
O objetivo é trazer cada vez mais avanços tecnológicos em um ambiente em que a robotização vem crescendo rapidamente pela demanda dos clientes. Segundo Madaleno, a Petrobras, por exemplo, tem exigido mais robôs em vez de pessoas nas operações da companhia no mar. Além da estatal, a Sistac atende Shell, Brava, Prio, Perenco, entre outras.
“Existe aí uma futura transição, principalmente puxada pela Petrobras, de diminuir cada vez mais a quantidade de pessoas na água, vamos dizer assim, com o aumento da tecnologia. A gente sabe que a Petrobras vai ser pioneira, vai puxar, e a gente está seguindo esse caminho, mas a gente também sabe que a gente não pode deixar todos os clientes na mão, e os outros clientes ainda vão depender muito de mergulhadores”, explicou o CEO. “Nossa ideia é manter aquilo que a gente faz de bom, para atender ao mercado que demanda esse tipo de coisa, e acompanhar a Petrobras na transformação tecnológica com inspeções robóticas”, acrescentou.
Desde 2016, a Sistac é controlada por um fundo de private equity gerido pelo Axxon Group, e os planos para o futuro incluem investir fortemente nas alianças já existentes e em novas parcerias para reforçar a frota de embarcações e incorporar tecnologias, incluindo soluções robóticas.
Por dois anos consecutivos, a empresa recebeu o prêmio Peodive (Programa de Excelência Operacional em Mergulho Raso), concedido pela Petrobras, sendo o mais recente em agosto deste ano. A companhia possui quatro bases no Rio de Janeiro — três em Macaé e uma em Niterói — e cerca de 500 profissionais.
Madaleno destacou que a Sistac foi pioneira na introdução de embarcações do tipo Shallow Dive Support Vessel (SDSV) nos serviços de manutenção de plataformas, o que permite que as atividades sejam realizadas sem necessidade de embarque nas unidades.
“Com a embarcação própria, você vai no ponto que você quer e ainda não ocupa o espaço dos clientes (nas plataformas). Você dorme, come, tudo na sua embarcação, nem helicóptero é usado”, explicou Madaleno, que não descarta possíveis movimentos de fusões ou aquisições (M&A) no futuro, ou uma potencial joint venture para crescer. “Aí depende do que aparecer”, afirmou.