
A empresa de construção com painéis de aço SteelCorp investiu R$ 42 milhões em uma nova fábrica, em Cajamar (SP). Em operação desde maio, o espaço de 16 mil metros quadrados vai permitir uma produção até 12 mil casas por ano, dando um potencial de crescimento para o negócio.
Hoje, a SteelCorp fabrica cerca de 100 casas ao mês, afirma o presidente Daniel Gispert, um décimo da nova capacidade. A previsão dele é atingir até 500 por mês em dezembro e um mínimo de 800 casas ao mês a partir de 2026.
Para ajudar nesse salto de produção, a companhia vai restringir os modelos de casa que fabrica. “Temos construído a granel para os clientes, como estádios de futebol, sede de empresas, casas de alto padrão”, mas, com o novo espaço, é hora de ganhar escala. “Estamos fazendo os clientes se adaptarem ao nosso catálogo de produtos”, afirma o executivo.
São dois modelos de casas populares, que a empresa planeja vender por meio de programas habitacionais, de 49 e 60 metros quadrados. Há também um modelo de “town house”, que é um sobrado com quatro casas, de 55,7 metros quadrados cada, e um prédio de cinco andares, com 38 apartamentos, de 53,5 metros quadrados. Há ainda um modelo de chalé, para hotéis e fazendas.
O prédio está sendo testado em um projeto da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) em Várzea Paulista (SP), conta Gispert.
Também tem um escritório no Rio Grande do Sul, onde está construindo casas para famílias afetadas pelas enchentes do ano passado. São 500, mas 160 foram entregues até o momento. “Tem 40 casas prontas para sair [da fábrica]”, diz o executivo.
O foco no segmento residencial é uma novidade para a companhia, que também atua em obras comerciais, mas é uma escolha para se tornarem mais competitivos, segundo o presidente.
Há outro segmento, no entanto, com o qual a SteelCorp quer se manter próximo: de empresas que ganham concessões para parcerias público-privadas (PPPs) para construir e gerir escolas, creches, unidades de saúde e delegacias. Gispert explica que a companhia não tem a intenção de operar esses espaços nem fazer negócios diretamente com o poder público, mas que o tipo de obra da SteelCorp, mais rápido do que a construção tradicional, é bem visto por quem atua na área. A empresa tem obras desse tipo em andamento no interior de São Paulo, em Itapetininga, Salto de Pirapora e Sorocaba.
O prédio da CDHU, por exemplo, deve ser erguido em oito meses, após dois meses de trabalho nas fundações. Um prédio de alvenaria, tradicional, levaria 24 meses, explica o presidente.
A SteelCorp tem dois anos de operação e foi fundada pelo empresário e apresentador Roberto Justus. Ele, Gispert e um terceiro sócio dividem a participação no negócio. Sobre o sócio, no entanto, o posicionamento da SteelCorp é de que há uma negociação em andamento e que, por isso, detalhes não podem ser revelados no momento.
A gestora Reag investiu na empresa em 2023 e tinha 30% de participação, mas segundo a SteelCorp, “devido aos fatos”, essa participação foi renegociada. A companhia se refere às investigações sobre a infiltração do crime organizado no mercado financeiro, que tiveram a Reag entre os seus alvos.
“Somos gratos por terem se tornado sócio no momento inicial, mas hoje não temos mais sociedade, depois de tudo o que aconteceu”, afirma a SteelCorp, em nota.
Enquanto isso, a empresa também está produzindo nos Estados Unidos, onde opera uma fábrica de 25 mil metros quadrados, na Flórida. A produção atual é de 15 a 20 casas por mês, afirma Gispert. A diferença, explica, é que no país a empresa faz casas modulares, que são transportadas praticamente inteiras da fábrica ao canteiro. “Transportamos metade da casa em um caminhão e metade em outro, e aí juntamos”.
Já no Brasil, opera por meio de painéis, que são montados no canteiro no formato do imóvel. O motivo é a dificuldade maior com transporte por aqui, mas o modelo tem suas vantagens, explica o diretor, já que os mesmos painéis podem ser usados para vários tipos de obra.
A operação nos EUA também deve crescer: novas linhas de montagem farão a produção subir para 50 a 60 casas ao mês, afirma o presidente.