Tecnologia em máquinas agrícolas do RS para o mundo

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Se a produção rural nas regiões abordadas neste capítulo do Mapa Econômico avança em direção à verticalização e no acúmulo de valor agregado, que garante máquinas e implementos para a produção naturalmente, segue o mesmo caminho. E na região que é berço da agricultura de precisão, a indústria exporta o conhecimento desenvolvido aqui.

Em Ibirubá, no Alto Jacuí, a AGCO inaugurou neste ano, com investimento de R$ 16 milhões, o seu Centro de Desenvolvimento de Plantadeiras. Dali, sairá o desenvolvimento de inovações em equipamentos para as marcas Massey Ferguson, Fendt e Valtra em todo o mundo.

“Temos em Ibirubá, além da nossa fábrica de plantadeiras, diversos diferenciais que garantem uma posição de vanguarda na nossa produção e desenvolvimento de produtos. Temos no nosso time, profissionais de todas as faixas etárias, muitos deles ligados ao plantio direto desde o seu início. A fábrica, e agora também o Centro de Desenvolvimento, estão, literalmente, no meio da lavoura convivendo no dia a dia dos agricultores, o que garante uma qualidade e eficiência únicas ao que é desenvolvido ali”, explica o diretor global de Engenharia em Plantio e Preparo de Solo da AGCO, Vinícius Fior.

Segundo ele, o desenho e a produção de partes para máquinas saem da unidade gaúcha para que alguns equipamentos tenham a montagem nos Estados Unidos, para serem aplicados lá, por exemplo. A equipe do novo centro tem 35 funcionários, e pode chegar a 65.

“Já vínhamos ampliando essa interação, com desenvolvimento de projetos para a América do Sul e do Norte, com sucesso. Nós nunca trazemos tecnologias prontas do Exterior para serem simplesmente aplicadas aqui, mas desenvolvemos elas para que sejam mais eficientes a cada realidade”, conta o diretor.

Caso emblemático foi a plantadeira do modelo Momentum, dobrável e com sulcador para aplicação de fertilizante. O desenvolvimento foi conjunto entre Ibirubá e os Estados Unidos e inovou no mercado.

Além da indústria de plantadeiras em Ibirubá, a AGCO conta com uma indústria de colheitadeiras em Santa Rosa e, na Região Metropolitana, a produção de tratores, em Canoas. A criação do Centro de Desenvolvimento, segundo Fior, atende à realidade do mercado de máquinas e equipamentos.

“Precisamos ser precisos e eficientes, porque o produtor não está comprando por impulso. É um mercado cauteloso, que compra o que realmente necessita. E aí precisamos fazer a diferença para gerar valor ao cliente, comprovar a ele o retorno que vai ter com aquele produto. Uma das regras no nosso desenvolvimento de máquinas é sabermos se ela dará retorno ao agricultor em um prazo de dois anos”, justifica.

Inteligência no campo

Em Horizontina, na Fronteira Noroeste, a John Deere produz, a partir deste ano, as colheitadeiras consideradas as mais inteligentes do mundo, da série S5, que conta com a inédita ponteira pivotante, que auxilia na descarga e acomodação dos grãos de maneira mais uniforme, otimizando a logística. No início de 2026, a perspectiva da empresa é produzir também ali uma nova linha de plantadeiras, incluindo a 3100, apresentada na Agrishow deste ano, e que combina transportabilidade, precisão e alto desempenho para distribuição de fertilizante e sementes.

E há ainda a produção da nova plantadeira 1200, que foi desenvolvida especialmente para os produtores da Região Sul do Brasil, com maior autonomia e menor tempo de abastecimento de sementes.

São resultados do investimento de R$ 145,2 milhões iniciado em 2023 para a ampliação da unidade que, em 1979, marcou a entrada da John Deere no País.

“A fábrica de Horizontina contará com uma área construída de 162 mil metros quadrados ao final da ampliação, que está prevista para o primeiro semestre de 2026. Com isso, estaremos preparados para produzir nesta unidade os modelos mais modernos de plantadeiras, colheitadeiras e plataformas de corte da John Deere”, explica o diretor da fábrica da John Deere em Horizontina, Everton Silva.

Ao longo da sua trajetória na região, a multinacional já produziu mais de 100 mil colheitadeiras, 725 mil linhas de plantio e mais de 125 mil plataformas. A unidade de Horizontina é responsável pelas colheitadeiras, plantadeiras e plataformas de corte e milho. A empresa conta ainda com unidades em Montenegro (tratores), Canoas (pulverizadores) e Porto Alegre (equipamentos para construção e pavimentação).

Inovação na armazenagem

A região também é referência nacional e internacional no desenvolvimento de implementos para o pós-colheita. Com a preocupação na precisão para atender ao mercado – que vai muito além da lavoura gaúcha – cada vez maior. De acordo com o diretor industrial da Kepler Weber, Fabiano Schneider, desde 2021, os investimentos da fabricante de silos, em Panambi, no Noroeste Colonial, têm sido intensos em pesquisa e design. E o resultado aparece. Segundo ele, 48% do faturamento da empresa vem de produtos desenvolvidos nos últimos cinco anos.

“No cenário nacional, vemos clientes demandando equipamentos com maior capacidade de armazenagem e eficiência, porque as safras são cada vez maiores e o tempo para a colheita cada vez mais curto. Os nossos equipamentos com capacidade de mais de 200 toneladas por hora já representam 40% das vendas. E o País ainda tem um déficit de armazenagem acima de 100 milhões de toneladas”, aponta.

Com investimento de R$ 40 milhões neste ano na sua planta industrial, dedicados à automatização e ampliação de capacidade produtiva, hoje a produção opera com 75% da sua capacidade.

Para o Rio Grande do Sul, uma das prioridades tem sido a infraestrutura justamente para as indústrias de transformação do agro. O maior projeto em usinas da Kepler Weber nos últimos anos foi o da Be8, em Passo Fundo, por exemplo. E agora, há negociação para o fornecimento de estruturas de armazenamento para a futura Soli3.

Segundo Schneider, o segmento industrial já responde por 15% do faturamento da empresa.

A produção metalmecânica e de máquinas:

– Santa Rosa (AGCO, Stara)

– Ibirubá (AGCO)

– Não-Me-Toque (Stara, Roster, Stahar)

– Passo Fundo (Kuhn, Metalúrgica Marini)

– Ijuí (IMASA, Montagner Industrial)

– Panambi (Bruning Tecnometal, Kepler Weber)

– Marau (Metasa)

– Erechim (Comil, Brastelha)

– Santo Ângelo (Fundimisa)

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