A ferrovia Transnordestina inicia neste mês a fase de operação comissionada, etapa de testes em que cargas como soja, milho, farelo de soja e calcário serão transportadas entre Bela Vista do Piauí (PI) e Iguatu (CE). A primeira fase da obra já atingiu 76% de avanço físico e deve conectar 1.061 km entre os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí até 2027.
Com investimento total de R$ 15 bilhões, sendo R$ 4,4 bilhões aportados pelo Governo Federal, a Transnordestina contará com 19 estações. Desse montante, R$ 3,6 bilhões vêm do FNDE (Fundo de Desenvolvimento do Nordeste), em um termo aditivo assinado em 2023, que prevê desembolsos de até R$ 1 bilhão até a conclusão da primeira fase.
Segundo o secretário de Fundos e Instrumentos Financeiros do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Eduardo Tavares, a ferrovia terá papel estratégico na integração logística. “A partir do momento que essa ferrovia chegar ao Porto do Pecém, ela ganhará uma nova escala, inclusive com mais oportunidades de expansão, como o Porto de Suape e a interligação com a Ferrovia Norte-Sul”, afirmou.
Terminais logísticos
A concessão prevê a construção de seis terminais logísticos ao longo dos 1.750 km da ferrovia. Dois já estão em andamento: o Terminal Intermodal do Piauí e o Terminal Logístico de Iguatu, no Ceará. Os demais ainda terão a localização definida.
Impacto econômico e social
O projeto é apontado pelo governo como catalisador de desenvolvimento regional. Eduardo Tavares destacou que a ferrovia trará impactos econômicos em sinergia com outras obras estruturantes, como a Transposição do Rio São Francisco. “A Transnordestina passa pelo coração do semiárido, onde esperamos um crescimento anual estimado em R$ 7 bilhões. Será uma transformação para o Nordeste”, disse.