
O início das obras do trem-bala Rio–São Paulo está previsto para 2028, um ano após a previsão anterior, segundo afirmou Bernardo Figueiredo, CEO da TAV Brasil, ao Poder 360.
O projeto, que prevê uma ligação ferroviária de alta velocidade entre as duas maiores cidades do país, manteve o objetivo de iniciar a operação comercial a partir de 2032.
Segundo a empresa, que recebeu alvo do governo federal para desenvolver a ferrovia, o cronograma teve de ser ajustado devido à sobrecarga no processo de licenciamento ambiental no Ibama, atribuído à priorização de projetos do PAC.
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O executivo afirmou que a expectativa é ter o projeto pronto para apresentação a investidores até 2027. “A meta é que, daqui a dois anos, o projeto esteja pronto para ser apresentado de forma objetiva a investidores”, disse Figueiredo.
O investimento estimado para a construção dos 417 km de trilhos é de cerca de R$ 60 bilhões. As tarifas devem variar entre R$ 300 e R$ 500, conforme o nível de serviço oferecido.
O traçado do trem bala
Ceticismo
A proposta é integralmente privada, com o BNDES atuando como agente financeiro, mas sem aporte direto de recursos públicos. O governo federal oferecerá apoio institucional, especialmente nos processos de licenciamento e na articulação com estados e municípios.
A TAV Brasil está estruturando um consórcio com empresas europeias e chinesas para executar e operar a linha de alta velocidade. A composição do consórcio visa reunir experiência internacional em projetos similares.
O projeto do trem-bala já passou por diferentes órgãos federais e deu origem até a uma nova estatal, a EPL, mas apenas gerou gastos sem qualquer esperança de ser concretizado. O governo Lula chegou a preparar um edital de concessão, mas não houve interessados.
A despeito dos planos da TAV Brasil, o projeto do trem de alta velocidade é visto com ceticismo em virtude do investimento elevado e de várias dificuldades técnicas, jurídicas e comerciais.