A Vale, uma das gigantes globais da mineração, confirmou nesta quinta-feira (27) a aprovação de uma robusta remuneração aos seus acionistas, injetando bilhões de reais no mercado no início de 2026. O Conselho de Administração da companhia deu sinal verde para a distribuição de R$ 3,58 por ação (ordinária e preferencial de classe especial), um montante que sublinha a política de proventos da empresa e reflete o desempenho operacional da mineradora no ano.
Considerando-se a atual base de ações em circulação da empresa, o valor total a ser desembolsado pela Valeestá estimado em cerca de R$ 15,3 bilhões. Este pagamento bilionário será realizado em parcelas distribuídas entre janeiro e março do próximo ano, proporcionando um fluxo de caixa significativo para os investidores.
Distribuição de R$ 3,58: Entenda os Detalhes do Pagamento da Vale
O anúncio foi formalizado por meio de um Fato Relevante (comunicado ao mercado), onde a mineradora detalhou a composição do valor e as datas-chave para os detentores de papéis. A remuneração foi declarada com base no balanço de 30 de setembro de 2025 e tem caráter de antecipação da destinação do resultado do exercício fiscal de 2025.
De acordo com a Vale, a distribuição está em total consonância com a remuneração mínima prevista em sua Política de Remuneração aos Acionistas. O valor de R$ 3,58 por ação será dividido da seguinte forma e em duas etapas distintas:
1ª Parcela (7 de janeiro): Pagamento de R$ 1,24 por ação, integralmente sob a forma de dividendos.
2ª Parcela (4 de março): Pagamento de R$ 0,77 por ação em dividendos, somado a R$ 1,57 por ação na modalidade de Juros Sobre Capital Próprio (JCP).
É importante notar que, diferentemente dos dividendos (que são isentos de Imposto de Renda na fonte para pessoas físicas), o JCP está sujeito à retenção de imposto na fonte, com alíquota de 15%, o que impacta o valor líquido recebido pelo acionista.
O Desempenho que Suporta o Pagamento da Vale
A capacidade da Vale de efetuar pagamentos desta magnitude está diretamente ligada à sua sólida performance financeira ao longo do ano. No informe, a companhia destacou que registrou um lucro líquido de US$ 6,2 bilhões nos nove primeiros meses de 2025. Esse resultado robusto serve como base para a antecipação da remuneração e demonstra a saúde financeira da mineradora, essencial para a confiança do mercado.
O Fato Relevante da empresa incluiu uma ressalva crucial: o valor por ação de R$ 3,58 poderá sofrer uma “pequena variação” até as datas de corte. Essa flutuação potencial deve-se ao programa de recompra de ações atualmente em vigor, que altera o número de ações em tesouraria da companhia e, consequentemente, a base de cálculo para a distribuição dos proventos. A empresa se comprometeu a comunicar qualquer ajuste ao mercado. A estratégia da Vale de combinar dividendos e JCP não apenas beneficia o acionista com altos proventos, mas também otimiza a estrutura tributária da companhia.